quarta-feira, 20 de julho de 2011

Um poema para o engraxate


o equilíbrio é preservado pelas lesmas que escalam os
rochedos de Santa Mônica;
a sorte está em descer a Western Avenue
enquanto as garotas numa casa de
massagem gritam para você, “Alô, Doçura!”
o milagre é ter 5 mulheres apaixonadas
por você aos 55 anos,
e o melhor de tudo isso é que você só é capaz
de amar uma delas.
a bênção é ter uma filha mais delicada
do que você, cuja risada é mais leve
que a sua.
a paz vem de dirigir um
Fusca 67 azul pelas ruas como um
adolescente, o rádio sintonizado em O Seu Apresentador
Preferido,sentindo o sol, sentindo o sólido roncar do motor retificado
enquanto você costura o tráfego.
A graça está na capacidade de gostar de rock,
música clássica, jazz...
tudo o que contenha a energia original do gozo.

e a probabilidade que retorna
é a tristeza profunda
debaixo de você estendida sobre você
entre as paredes de guilhotina
furioso com o som do telefone
ou com os passos de alguém que passa;
mas a outra probabilidade-
a cadência animada que sempre se segue-
faz com que a garota do caixa no
supermercado se pareça com a
Marylin
com a Jackie antes que levassem seu amante de Harvard
com a garota do ensino médio que sempre seguíamos até em casa.

lá está a criatura que nos ajuda a acreditar
em alguma coisa além da morte:
alguém num carro que se aproxima
numa rua muito estreita,
e ele ou ela se afasta para que possamos
passar, ou se trate do velho lutador Beau Jack
engraxando sapatos
após ter queimado todo seu dinheiro em festas
mulheres
parasitas
bufando, respirando junto ao couro,
dando um trato com a flanela
os olhos erguidos para dizer:
“mas que diabos, por um momento tive tudo. isso compensa todo o
resto.”
às vezes sou amargo
mas no geral o sabor tem sido
doce. é apenas que tenho
medo de dizê-lo. é como
quando sua mulher diz,
“fala que me ama”, e
você não consegue.

se você me vir sorridente em meu Fusca azul
aproveitando o sinal amarelo
dirigindo firme em direção ao sol
estarei mergulhado nos braços de uma vida insana
pensando em trapezistas de circo
em anões com enormes charutos
num inverno na Rússia no início dos anos 40
em Chopin com seu saco de terra polaca
numa velha garçonete que me traz uma xícara
extra de café com um sorriso
nos lábios.

O melhor de você me agrada mais do que pode imaginar.
Os outros não importam
excetuado o fato de que eles têm dedos e cabeças
e alguns deles olhos
e a maioria deles pernas
e todos eles
sonhos e pesadelos
e uma estrada a seguir.

A justiça está em toda parte e não descansa
e as metralhadoras e os coldres e
as cercas vão lhe dar prova
disso.

great, old and loved Henry...


créditos da imagem: Roger Cruz

domingo, 10 de julho de 2011

Tom Waits and Chocolate Genius


Para bater o pezinho e esperar o tempo passar, nesse domingo nosso de cada tédio...



e para o domingo terminar bem.

terça-feira, 5 de julho de 2011

21:21; 23:23...


Por que estudei matemática durante 13 anos da minha vida, lógica durante um semestre e ainda assim as coisas não fazem sentido pra mim, nem de fora pra dentro, nem de dentro pra fora, posto o que vejo e o que sinto, ainda que aos tropeços. Esclareço que esse blog sem muito senso porta imagens porcamente literadas de sonhos que tenho, e, man, não escrevo porque me escorro de preguiça! Other things else, sim,  mas, no seco, é isso.

 21:21; 21:12; 22:22; 13:13  e por aí vai, são horas que me acompanham ou me perturbam, ou alguma coisa que não sei o quê... sei que olho para o relógio e elas insistem em aparacer, como se espreitassem meu olhar, como se esperassem para confundir... Enfim, torrente de palavras sem sentido lógico. Mas, seguindo a linha das postagens aqui expostas, colcha de retalhos, vomito mais uma como um desenho que a principio é só rabisco e ao final.. é só rabisco!

Por alguma razão, dia desses sonhei que alguém me dizia que um pessoa havia sido estuprada e esquartejada dentro de um ônibus, algo que me deixou impressionada mesmo depois que acordei. Era alguém que eu conhecia... Fiquei me perguntando a razão de tal sonho. Ontem, de todos os sonhos loucos que tive, esses foram os mais impressionantes, foram imagens e sensações, como arte abstrata, sensível e subjetiva, teve três etapas, cada uma com sensações e imagens distintas. Mas, com este meu vocabulário curto não poderia descrever, talvez sim, se tentasse, mas não expressaria decentemente. Então, aqui finalizo essa porcacacófatapostagem com três imagens de três filmes que gosto, se conhecerem, se deliciem, se não, vale à pena assistir...





Essa última é brinde. Pura pilhéria:



bye. gonna back to work... "getting into the swing".

domingo, 3 de julho de 2011

"Não dispa o meu amor
você pode encontrar um manequim;
não dispa um manequim
você pode encontrar
o meu amor."

Falou o velho Henry...