quinta-feira, 13 de maio de 2010


Denovo sua presença.
Você num espaço suspenso me pedindo goiabas com maionese.
Eu te daria, te daria bem mais, desde que você permanecesse ali.
Queria que ficasse e visse minha avó louca e todos os seus amantes.
Te mostraria a casa cheia de primos, o jardim, a piscina.
Faria uma festa para os seus pais.
Mas você queria ir e eu não sabia para onde. Isso me enlouquecia.
Você ali, no quarto ao lado da cozinha, querendo ir.

Por que?

Eu iria trazer a maionese e as goiabas. Iria até o abismo para trazê-las pra você.
E embora só houvessem goiabas verdes, que diferença faria? Seu pedido era estranho, mas eu o realizaria ainda assim.
Queria que ficasse para que eu pudesse te mostrar o jardim.
Ele era tão lindo e imenso, e ainda estava úmido da chuva..
Queria que sentisse o cheiro da grama ainda molhada.
Queria partilhar com você o meu lugar secreto, o meu lugar preferido, escondido por trás das plantas.
Mas você não quis ficar.
Não me respondeu o porquê das goiabas com maionese. Elas ficaram lá, prontas, para ninguém degustar, porque afinal, quem mais no mundo pediria goiabas com maionese?
E quem mais as prepararia sem perguntar por que?

4 comentários:

  1. Não importava para onde. Realmente não importava. Só não queria ir sempre na frente, sem olhar para trás, só tendo como garantia o ruído dos passos que me seguiam vacilantes.


    Ah, esses sonhos descarados.

    ResponderExcluir
  2. sim! homens. Me convenço disso dia após dia..

    ResponderExcluir